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No tempo inteiro de quatro anos, quatro, não nasceu criança, uma que fosse, menino ou menina, na aldeia do Roseiral- tampouco consta enlace de noivos- apenas os finados, quarenta e três, estendidos com esmero na letrinha do calígrafo. Então, masMoreNo tempo inteiro de quatro anos, quatro, não nasceu criança, uma que fosse, menino ou menina, na aldeia do Roseiral- tampouco consta enlace de noivos- apenas os finados, quarenta e três, estendidos com esmero na letrinha do calígrafo. Então, mas então, que diabo, alguma desgraça terá acontecido, hão-de concluir os investigantes, atrevendo-se a suspeitar maldosamente:pronto, nesta altura entra o prodígio, o genuíno bicho de sete cabeças, se não tantas, umas quatro ou cinco, de qualquer modo alimária medonha e de preferência ave, mas sem asas, digamos pássaro da família dos helicópteros, tapando o sol - e uivando tão terrivelmente que teria deixado estéreis as damas de Roseiral ou incapazes os valetes.Truque miúdo, golpe baixo, para encaixar a ocorrência na delicada área do fantástico.Enganam-se:nesta narrativa, assunto sério, não cabe tão duvidosa aparição.Na verdade, tudo foi mais fantástico ainda.Mário Zambujal | |||